![](http://invitro.com.br/wp-content/themes/newthemeinvitro/assets/img/Blog_banner.jpg)
Introdução:
A Dengue é uma arbovirose que dá origem a doença infecciosa emergente causada pelo vírus pertencente ao gênero Flavivirus e transmitida por meio da picada do mosquito pertencente ao gênero Aedes. O vírus possui quatro tipos presentes no Brasil: DEN-1, DEN-2, DEN-3, DEN-4. A infecção pelo vírus da dengue causa uma doença com um variado espectro clínico, apresentando desde formas brandas a quadros clínicos graves, em alguns casos com manifestações hemorrágicas. O Aedes é o principal vetor do vírus no país, tratando-se de um mosquito com hábitos diurnos, antropofílico e essencialmente urbano, que se desenvolve principalmente em depósitos de água. A principal medida de controle da doença é o combate ao vetor.
Etiologia e Epidemiologia
O vírus da dengue é transmitido por mosquitos fêmeas da espécie Aedes aegypti. A transmissão da dengue ocorre principalmente em áreas temperadas e tropicais de alcance do vetor, com variações locais influenciadas pela chuva, temperatura e urbanização rápida e não planejada das cidades.
A dengue é considerada a mais importante doença por arbovírus, pois mais da metade da população mundial vive em países endêmicos de dengue. Uma estimativa global sugere que cerca de 50 a 200 milhões de casos de dengue ocorram anualmente, culminando em cerca de 20 mil mortes.
Ciclo de Transmissão
O ciclo de transmissão da dengue se inicia quando o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença no Brasil, pica uma pessoa infectada. O vírus multiplica-se no intestino médio do vetor e infecta outros tecidos chegando finalmente às glândulas salivares. Uma vez infectado o mosquito é capaz de transmiti-lo para até 300 pessoas através da sua picada. Abaixo segue um modelo ilustrativo:
Fisiopatologia
O vírus da Dengue após infectar o organismo humano pode apresentar uma sintomatologia variável, e com base nos sintomas apresentados, quadro clínico e exames, pode-se distinguir em Dengue Clássica e Dengue Hemorrágica. Abaixo segue um quadro mostrando a diferença de sintomas:
Dengue Clássica | Dengue Hemorrágica |
|
|
Com relação à imunidade ao vírus, alguns estudos apontam que quando uma pessoa é infectada por um dos quatro sorotipos, torna-se imune a todos os tipos de vírus durante alguns meses e posteriormente mantém-se imune, pelo resto da vida, ao tipo pelo qual foi infectado. Caso volte a ter dengue, dessa vez um dos outros três tipos do vírus que ainda não teria contraído, poderá apresentar ou não uma forma mais grave.
Diagnóstico
O diagnóstico envolve critérios clínico-laboratoriais com investigação da propagação da doença na região da qual advêm os pacientes com suspeita de dengue. As alterações laboratoriais serão apresentadas sob dois aspectos: os exames inespecíficos e específicos.
Exames Específicos | Exames Inespecíficos |
São feitos pelo isolamento do agente (vírus) ou pela sorologia, teste de proteínas não estruturais e determinações de anticorpos ou antígenos específicos.
Exemplo: · Antígeno NS1 (Teste rápido, ELISA) · Anticorpos IgM e IgG (Teste rápido, ELISA, CLIA) · Teste Molecular (RT-PCR) |
São complementares aos exames específicos, pois avaliam a condição do paciente nos aspectos hematológicos, bioquímicos e de coagulação.
Exemplo: · Hemograma · VHS · Coagulograma · Enzimas hepáticas (TGO, TGP,etc) |
Tratamento | Prevenção |
Hidratação e medicação. Obs: Evitar o uso de medicamentos a base de Ácido Acetilsalicílico (aspirina) e que contém efeitos anticoagulantes que podem causar sangramentos. Paracetamol e Dipirona são os medicamentos de escolha para alívio dos sintomas de dor e febre. |
A melhor forma de se evitar a dengue é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação do mosquito transmissor da doença. Para isso, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros. |
Vacina e DENV-5
A prevenção da arbovirose pode ocorrer pela introdução da vacina tetravalente contra os quatro tipos da dengue – DENV-1, DENV-2. DENV-3, DENV-4, uma realidade ainda distante, pois um único sorotipo confere imunidade homotípica de longa duração para esse sorotipo em particular. Contudo, a imunidade a outros sorotipos é de curta duração.
Foi observada a introdução de um quinto vírus – DENV-5 silvestre, no qual será inevitável o contágio humano se não for compreendida a interação entre linhagens silvestres e populações humanas para elucidar a forma de transmissão e controle da mesma.
O desenvolvimento da vacina contra a dengue deve ser visto apenas como um complemento a outras medidas de saúde pública, como controle de vetores, participação da comunidade e vontade política. Já se sabe que o Aedes aegypti adulto já foi encontrado em altitudes elevadas e larvas em água poluída, por isso a prevenção é a melhor forma de controle.
Para que tudo isso ocorra de maneira positiva tem que haver a participação da população, pois o mosquito Aedes aegypti é nosso inquilino, aumentando ainda mais a nossa responsabilidade na prevenção dessa epidemia.
Teste rápido Dengue – In Vitro
Atualmente, os testes rápidos se tornaram uma forma segura para diagnóstico da infecção primária e secundária da Dengue, pois as informações obtidas são essências para a tomada de conduta.
Dengue NS1 (Proteína Não-Estrutural do Vírus da Dengue 1)
Teste qualitativo que detecta a presença do antígeno em amostras de sangue total, soro ou plasma humano. Durante a fase aguda da infecção, a NS1 é encontrada no soro dos pacientes antes do aparecimento dos anticorpos IgM e IgG, sendo possível sua detecção 24 horas após o início dos sintomas. O teste possui alta sensibilidade e especificidade e o resultado é liberado em 15 minutos.
Dengue IgM e IgG
Teste de triagem qualitativo que detecta a presença dos anticorpos IgM e IgG em amostras de soro e plasma humano. A produção de anticorpos IgM começa a surgir a partir do 5º ao 8º dia do inicio dos sintomas, podendo persistir por 30 a 60 dias e em alguns casos, por meses, indicando uma infecção recente ou fase aguda da doença. A produção de anticorpos IgG começa a surgir a partir do 14º dia , podendo persistir por toda a vida, caracterizando infecção crônica. O teste possui alta sensibilidade e especificidade e o resultado é liberado em 20 minutos.
Fontes
1. Gomes AJM, Silva LCB, Assis TSM, Carvalho FD. Avaliação da qualidade da informação disponível sobre a dengue em portais brasileiros da rede mundial de computadores, 2013: educação e tecnologia, Belo Horizonte v18 n°3 set/dez 2013.
2. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Monitoramento dos casos de dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 3. Boletim Epidemiológico. 2018; 49(5).
3. Martins M, Junior HLR. Análise dos aspectos epidemiológicos da dengue: implicações para a gestão dos serviços de saúde, 2015, revista espaço para a saúde. Londrina, v16 n°4 out/dez 2015. doi:10.22421/1517-7130.2015v16n4p64
4. Ortega MRO, Moreno MLCC, Domígues MLAD. Analysis about dengue fever, its transmitting agent, prevention and control strategies. AMC v19 n°2 mar/abr 2015.
5. Xavier AR, Freitas MS, Loureiro FM, Borghi DP, Kanaan S. Manifestações clínicas na dengue: diagnóstico laboratorial. Revista Brasileira de Medicina. 2014 mar/abril;102(2): 7-14.
6. Fernando S, Wijewickrama A, Gomes L, Punchihewa CT, Madusanka SD, Dissanayake H, et al. Patterns and causes of liver involvement in acute dengue infection. BMC Infect Dis. 2016 Jul 8;16:319. doi: 10.1186/s12879-016-1656-2.
7. Jan Groen et al. Evaluation of six immunoassays for detection of dengue-virus specific immunoglobulin M and G Antibodies. Clin. Diagn. Lab. Immunol. Vol 7(6) p 867-871, 2000.
8. Brito AL. Perfil epidemiológico da dengue no Brasil, nos anos de 2009 a 2013, Uniceub, Brasília 2015. (Monografia). Acessível em: https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/235/6848.
9. Brito AL. Perfil epidemiológico da dengue no Brasil, nos anos de 2009 a 2013, Uniceub, Brasília 2015. (Monografia). Acessível em: https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/235/6848.
10. Valle D, Aguiar R, Pimenta D, Lançando luz sobre a dengue. Cienc. Cult. 2015 Sep;67(3):4-5. http://dx.doi.org/10.21800/2317-66602015000300002.
11. Mustafa MS, Rasotji V, Jain S, Gupta V. Discovery of fifth serotype of dengue virus (DENV-5): A new public health dilemma in dengue control. Med J Armed Forces India. 2015 Jan;71(1):67-70. doi: 10.1016/j.mjafi.2014.09.011
12. Pinto PS, Pinto FO, Duarte SC. A dengue e sua relação com educação ambiental no município de Quiçamã/RJ. Revista Científica da Faculdade de Medicina de Campos, v8 n°1, maio de 2013.
não perca as novidades!